Mid-Season Review: Parte 2 - Utilização

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Mid-Season Review: Parte 2 - Utilização


Feita a introdução a esta análise intermédia da época com os dados do colectivo, passemos aos desempenhos individuais de cada um dos jogadores que compõem o plantel de 2017/18.

Cada análise pressupõe dados quantitativos (jogos, minutos, golos, assistências, etc), dados qualitativos e, portanto, mais subjectivos (pontos DPcA, melhor em campo [MeC]) e métricas calculadas a partir desses dados (médias, minutos por golo, golos por minuto, etc.).

Comecemos então pelos dados objectivos e quantificáveis, reservando as pontuações para o grande final. Dentro deles, iniciamos com a utilização efectiva dos jogadores, socorrendo-nos dos quadros seguintes:




Neste primeiro quadro, estão isolados os onze jogadores mais utilizados, que acabam por corresponder ao onze titular mais vezes escalado - pode soar ao mesmo, mas não é; simplesmente coincidiram desta vez.

Considerando as expectativas do início da temporada, a maior surpresa acaba mesmo por ser José Sá. Teve uma oportunidade não muito bem explicada pelo treinador, começou mal, recompôs-se a ponto de ser por uma vez o MeC e manteve um registo aceitável durante algum tempo. Manteve-se até hoje como titular, empurrando Iker para as taças nacionais. Infelizmente, as exibições mais recentes do jovem português parecem sugerir que o lugar estaria mais "seguro" nas mãos do veterano espanhol. A ver o que se segue.

Sem surpresa é termos dois defesas no topo dos jogadores mais utilizados. Marcano e Alex Telles somam mais de 2400 minutos cada um, o que lhes dá quase 300 minutos de avanço sobre Danilo, que fecha este pódio do tempo de utilização e se confirma como a pedra angular da equipa. A meia-surpresa é o top 5 não incluir o outro central e o outro lateral. Ricardo quase que lá chegou, mas ainda assim dividiu por algumas vezes o lugar com Maxi. Felipe, o tresloucado, acabou vítima dessa sua impetuosidade que às vezes parece descontrolada e fruto de duas expulsões e opção técnica, viu vários jogos a partir do banco e da bancada.

Chegou tarde à festa, mas arrasou. É assim que podemos descrever Herrera, que começou a época (obviamente!) suplente mas aproveitou o sacrifício de Óliver aquando da recepção ao Besiktas para se impor. E bem, diga-se. Num sistema que quase sempre abdica de um terceiro médio de raiz, não surpreende não se encontrar mais nenhum neste onze "principal".

Na frente, só tem dado África (mãe África). Abou fez-me engolir um sapinho, pela empenho e relevo que demonstrou até agora. Está outro homem e outro jogador. Marega, o Lord de ocasião, surpreendeu suponho que até a ele próprio. Quem diria que seria capaz do que tem feito, no início da temporada? Ninguém, aposto eu. Já Brahimi tem vindo num maravilhoso crescendo, finalmente confirmando em campo o seu enorme potencial e ao serviço da equipa. 

Falta apenas referir Corona, o odd man out neste onze, a mais de 600 minutos de Marega, só para me referir ao último dos "quase sempre titulares desde o início". Teve alguns bons momentos, mas continua sem apresentar uma consistência exibicional que o elevem ao patamar que ele merece. A maior prova disso é que apesar de ter participado em 28 jogos, apenas completou um! Nos restantes 27, foi suplente utilizado ou substituído (normalmente, o primeiro a sair).

Pelo mesmo caminho seguiram Abou e Brahimi, que apenas completaram 11 e 10 partidas, respectivamente, dos 28 em que cada um deles participou. O que os distingui do mexicano é que, por regra, saíram já com a missão cumprida, para ter algum descanso e dar lugar a outros menos utilizados. Uma grande diferença, sublinhe-se. Curiosamente, este duo regista também a maior série de jogos consecutivos - 23 -  o que diz bem da sua importância para o desempenho colectivo.

Por fim, destacam-se Marcano, Telles e Ricardo no que toca a realizar jogos inteiros, com os primeiros a apenas não terminarem por uma vez e o português por duas.




O reverso da medalha da surpresa de é, naturalmente, Casillas. Perdeu a titularidade sem que nada o fizesse prever e aguarda "serenamente" pela próxima oportunidade. Chegará a tê-la?

Quem participou em mais jogos nesta "segunda metade" do plantel foi André André (19 participações), pelo que não se poderá queixar de falta de oportunidades, mesmo que muitas delas não tenham resultado em muitos minutos.

Por outra perspectiva, Soares foi quem apresentou a maior série deste grupo (a par com Iker), o que sugere que poderia estar no quadro mais acima, não fosse pelas lesões que sofreu.

Pela negativa, registe-se a fraca utilização de Layún, Otávio, Sérgio Oliveira e Hernâni, com especial enfâse nos dois primeiros, pelo estatuto que já haviam granjeado em épocas anteriores.

Maxi se percebe estar na fase final da carreira e, como tal, servir mais de backup do que de primeira opção. Reyes acabou por ter mais utilização do que se suporia, sendo dos que mais beneficiou da "estreiteza" do plantel, começando por substituir Danilo e posteriormente Felipe, já no seu posto natural.

Poderia também falar de Vaná, mas, francamente, para dizer o quê?


Continua em:  Mid-Season Review: Parte 3 - Produção Ofensiva e Pontos DPcA



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco



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