Viver para Lutar Outro Dia

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Viver para Lutar Outro Dia


Começa ao minuto 95 esta crónica.

GUOOOOOOOOLOOOOOOOOOOOOU!!!

 

Chupa Marafonameugrandebastardodeumasininotransexualeperneta!!

 

GUOOOLOOOU... 

 

They live...to fight another day


Foi assim que o vivi, mais coisa, menos coisa.

Uma linha de vida a adiar a morte anunciada de uma candidatura ao título, resultante de um momento sublime, simples, quase-perfeito, de futebol. Corte impecável, domínio no peito e assistência teleguiada e... um toque para o lado primeiro e bola por cima do #&%#"/!%. Estava feito o golo. Finalmente o golo, justíssimo mas indesculpavelmente atrasado. Que não irremediavelmente.

Quando já tudo parecia perdido naquela nulidade que nos tem consumido, Rui Pedro - o outro menino - fez um golo maravilhoso. Necessário. Justo. Inadiável.


Minuto de (não) silêncio pelas vítimas do acidente aéreo que dizimou o Chapecoense


Nos 94 minutos que o precederam houve uma espécie de futebol. One way street desde a expulsão de Artur Jorge, equilibrado até lá. O início do jogo mostrou um Porto consciente da impossibilidade de não ganhar mas (provavelmente à conta dela) receoso de ser surpreendido. 

O Braga nunca deu mostras de querer disputar o jogo de igual para igual, o que se compreende (só é pena que não "pensem" da mesma forma quando vão à Luz). Apostaram sim em bloquear as saídas de bola a partir dos centrais e Danilo, procurando desestabilizar a já de si fraca consistência mental Portista, e encolhendo-se atrás uma vez ultrapassado esse primeiro momento de pressão, sempre à espreita de sair em ataques rápidos. O que chegou a acontecer, mas sem nunca causar real perigo para Casillas.

Pela nossa parte, fomos explorando, com cautelas, por possíveis fragilidades da muralha bracarense. E encontrámos algumas, numa das quais um penalti seguido de expulsão. Estava o jogo finalmente a jeito de embrulhar e levar para casa. Mas... André Silva bateu com pouca confiança e muito denunciado e o nulo no marcador manteve-se. Ó martírio, ó inclemência... lá íamos nós para uma mais do que provável hora de sofrimento. E fomos, resgatados apenas ao nonagésimo quinto.

Desta vez, ao contrário de exibições recentes, o que faltou foi mesmo pontaria. Ou calma. Ou ambas. Foram muitas as possibilidades de marcar antes do abençoado golo, mas sempre desaproveitadas. Até as mais inacreditáveis, como as de AS, Danilo e Maxi na cara do &/$!!/%$ do redes adversário. Parecia feitiço. Parecia que nunca marcaríamos, nem que o jogo durasse até ao dia seguinte. Só que... Rui Pedro! Chupa Marafona!


*Mais do que mil palavras*



Notas DPcA 

Dia de jogo: 3/12/2016, 20h30, Estádio do Dragão, FC Porto - SC Braga (1-0). 


Casillas (6): Um mero espectador.

Maxi (7): Grande jogo de entrega e sacrifício, a defender e a atacar. Aliás, quase todos os ataques foram pelo lado direito. À Maxi, sem tirar nem pôr. Só foi pena não ter conseguido desviar para o fundo da baliza.

Layún (5): Fraco regresso à titularidade, quase tudo lhe saiu mal, desde as combinações ofensivas aos lances de bola parada. Vá lá que nem chegou a ser testado defensivamente...

Felipe (7): Bom jogo, recheado de muitas recuperações importantes. Tem que domar um pouco melhor os instintos fernandocoutianos, a bem da sua continuidade em campo.

Marcano (7): Outra exibição consistente, apesar de um pequeno deslize.

Danilo (8): Jogo de enorme qualidade, tirando total partido do seu poderio físico e da sua indomável vontade de vencer. Vê-lo festejar o golo vale quase tudo.

< 75' Óliver (7): Mais uma boa exibição a assegurar transições suaves entre ataque e defesa. Não consegue ainda ter discernimento para finalizar (e teve uma boa oportunidade), mas não duvido de que com o tempo lá regressará. Não sei porque voltou a ser o sacrificado na altura de mudar, mas como desta vez resultou, tenho que aceitar.

< 45' Otávio (5): Atabalhoado e até pouco concentrado, falhou demasiados passes para aquilo que dele se espera. Tarda em recuperar a forma inicial e assim já não pode ser considerado indiscutível no onze. Pode ser que com esta nova lesão regresse ao seu bom passado...

Melhor em Campo Corona (8): Grande jogo de curvas e contra-curvas, muitas deles a desaguarem em avenidas para o golo. O que mais impressionou foi a duração do seu reportório, aparentemente inesgotável. Com a entrada de Djavan, passou a ter mais dificuldades dada a frescura do adversário, mas nem por isso desistiu de tentar semear o pânico na área arsenalista. Claro que Rui Pedro foi mais decisivo, mas para mim Tecatito foi o que mais e melhor jogou.
 

Ups...
 
André Silva (4): Está na sua pior fase, o que é não só compreensível mas também expectável, dada a tenra idade e experiência a este nível. Ninguém (com dois ou mais neurónios) pode duvidar da sua qualidade, mas só qualidade não chega. É preciso saber tirar partido dela. Precisa realmente de um suplente que lhe dê espaço para falhar, que o possa render com segurança, mas nem Rui Pedro, nem Depoitre podem ser esse suplente. Mercaaadooo!

< 75' Diogo Jota (6): Muito esforço para tão pouco rendimento, até que... domina no peito e assiste de "triciclo", que lance tão maravilhoso e feliz. Sim, valeu sobretudo por isto - mas apenas isto chegaria...

> 45' Brahimi (7): Não foi brilhante, mas substituiu com Otávio com "benefícios". Agitador nato, arrasta sempre pelo menos dois defesas, pena que nem sempre tire disso partido, entregando a bola ao companheiro melhor posicionado. Mas foi importante no "esforço de guerra" e contribuiu para que o minuto 95 chegasse a acontecer. Como o brasileiro continua longe da sua forma de início de temporada, mesmo que recupere já lesão, será expectável que Yacine volte a ter outra oportunidade de se reafirmar, antes de abalar para a CAN e quem sabe se para outra vida. 

> 75' Herrera (5): Primeiro passe, primeiro passe falhado. O segundo acertou. O terceiro voltou a falhar. And so on, so on.  

> 75' Rui Pedro (8): Recepção com um toque para não encarar de frente o GR e bola picada por cima deste com a classe e a frieza de um predestinado. Um lance, um golo, uma vida de esforço e dedicação ali concentrada e (por agora) recompensada. Para o clube valeu uma vitória fundamental, mas para ele vale apenas uma oportunidade de se tentar afirmar entre os melhores. É pouco, mas pode ser tudo. Que o saiba aproveitar.

Nuno Espírito Santo (7): Onze inicial quase inalterado, excepto pela (falhada) troca de Telles por Layún, mas compreensível no óptica de gestão de esforço (do brasileiro) e do ânimo (do mexicano). Estando ele próprio e os jogadores sob uma imensa pressão, optou e bem por não alterar muita coisa, apesar do empate no Restelo. Ainda bem, pode ser um sinal de confiança nas suas opções (mas também de falta de alternativas). A "surpresa" maior esteve na ausência de Depoitre dos convocados, o que parece sugerir que já esgotou todas as hipóteses para provar merecer estar neste plantel. A equipa conseguiu resistir ao medo de não ganhar e sobrepôs-se a necessidade de o conseguir. Quanto a substituições, a primeira foi forçada (mas acertada), a segunda (H)errada e a terceira na mouche. Não tinha grandes alternativas, diga-se. Correu bem, para variar. Não me parece que seja agora melhor treinador do que era antes deste jogo, mas pelo menos deve ter um pouco mais de esperança no futuro. Tal como eu...


O êxtase aos 95



Outros Intervenientes:


No meio de tanta angústia e irritação, ambas crescentes à medida que o relógio avançava, consegui reparar várias vezes no Fellaini bracarense, um tal de Xeka (sim, mais valia Fellaini). Boa presença e pormenores. É capaz de vir a valer uns trocos mais adiante, digo eu. De resto, nada de relevante.

Ou melhor, haver há. Mas é uma desgraça de ser humano, um desgraçado trapaceiro, bronco e indigno da profissão, que dá pelo (bonito...) nome de Marafona. Inacreditável a quantidade de minutos que o sacripanta torrou com as suas artimanhas, tão básicas e gastas como eficientes perante a complacência do árbitro. Sempre no chão a gemer, sempre a fazer de conta que não vê a bola mais próxima, sempre a fazer tudo para que não se jogasse. Mas o que é isto? Como é possível que alguém entre em campo para fazer isto ao futebol? Ao pé dele, Jorge Jesus é um Ghandi do fair-play. Mete dó. Pena. Uma pobre figura, em contraste com o bom atleta. Um triste. Já por duas outras vezes fez isto contra nós e lamentavelmente saiu por cima. Neste jogo finalmente teve o que merecia, mesmo ao cair do pano, mesmo quando ela dói mais. Não chega, mas já foi bom.

Por contraste, devo realçar a elegância e a justeza das declarações de José Peseiro após o jogo. Ao menos isso.

Quanto ao árbitro que na época passada nos nocauteou em definitivo na corrida ao título (curiosamente ou por maquiavélica ironia dos senhores da arbitragem, também contra o Braga), não há muito a dizer. Carlos Xistra, além de ser muito mau árbitro, é uma fraca figura. E benfiquista também. Demasiados ingredientes estragados para ser sequer "comestível". O lance de penálti & expulsão é controverso pela ligeireza do contacto, mas em rigor e face ao que vem sendo a "jurisprudência" no nosso futebol, só podia ser apitado desta forma. Eu preferia que não fosse assim, pelo menos em relação à expulsão, mas mais importante do que as minhas preferências é que as regras sejam as mesmas para todos. Houve um lance importante que me deixou dúvidas, o da suposta falta de Jota sobre Baiano antes de desviar a bola para a baliza. As repetições não me ajudaram a esclarecer, pelo que fica a dúvida. De resto, houve xistradas para todos os gostos, com destaque especial para a não-amostragem do segundo amarelo ao sacripanta.



E, de repente, voltamos a entrar na contenda. Ainda para mais com o dérbi da próxima jornada, onde um ou ambos perderão pontos. Agora segue-se o decisivo jogo da Champions (bilhetes aqui) e depois a ida à Feira. Que não voltemos a desperdiçar uma oportunidade deste calibre, porque certamente não teremos muitas mais.




Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor





14 comentários:

  1. E penso: o Marafona chamará pai ou mãe ao transexual burro e coxo? Deve ser mãe. Por respeito e pela profissão que diz que a moça tem. Moço, digo. Sabes que me preocupo sempre com as coisas importantes primeiro.... ;)

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    1. Deve ser hermafrodita, o animal...

      Ainda demasiado à flor da pele para me conseguir aguentar... valeu-me a descompressão aquando do golo, mas mesmo assim, grandefilh%#$!!$%!$%!$%!!

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  2. A equipa esteve bastante bem mesmo sem ser brilhante aquilo que podemos pedir a partir de agora é consistência porque com ela as vitórias acabarão por acontecer naturalmente mesmo que artistas da banda desenhada da APAF tentem estragar a festa.

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    1. Pois, consistência... até agora, só na falta de pontaria. Esperemos sim que aproveitem esta boa onda, mas a equipa ainda tem muito que evoluir, sobretudo a nível do modelo de jogo. A ver vamos...

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  3. Caro Lápis,

    Mérito de uma Equipa, que pela sua entrega, pela sua raça, pela sua crença e também pelo seu futebol, contagiou os adeptos presentes no Dragão, numa comunhão perfeita que culminou no êxtase do minuto 95.
    Não consigo dizer mais, pois ainda estou sobre o efeito daquele inebriante momento.

    Por ter aqui cabimento-você bem sabe Lápis-queria deixar o meu agradecimento ao Silva pela sua extraordinária companhia. E como vibramos naquele mágico minuto, e como nos vingamos daqueles arcebispos mesmo por cima de nós, depois de termos de os "aturar" durante 94 minutos, não foi Silva?!

    Um abraço e...

    FC PORTO SEMPRE

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  4. Epá transexual perneta! Muita bom! LOL

    Abraço

    Txxxxxxxuuuupéeeeeeeeeeeeee MarafonÉEEEeeeeeeeee!!! (com o sotaque André André)

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    1. Só falta mesmo assinar pelos lampiões originais para o "ódio" ser perfeito.

      Abraço

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    2. Já ouvi 3 benfas a dizerem isso. Eu acho que é uma boa troca. É tipo Preud-Homme -> Roberto. Lá porque defende tudo contra nós, não significa que seja assim tão bom. Vide Bruno Varela.

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  5. Sobre o Marafona a crônica foi muito branda...eheheheh...espero que seja o grito que estava a faltar. abraço

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    1. A versão reproduzida é a autorizada, a que passou pelo crivo do Lápis :-)

      Também espero, mas estou sentado, pelo sim, pelo não...

      Abraço

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  6. Oh lápis, o xistra do slb ?? É lagarto desde miúdo. Abraço da Covilhã.

    Telles

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    1. Meu caro Telles

      Não me referia ao clube de coração mas ao clube de carreira.
      Em todo o caso agradeço o esclarecimento.

      Um abraço Portista

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